top of page

Rastros da Artista 

Sempre tive um flerte sem muita pretensão com o mundo artístico: fiz ballet clássico, coral, teatro, cheguei a fazer testes para comerciais, campanhas fotográficas, participava de todas as atividades artísticas na escola, fiz várias apresentações dentro e fora da escola e participada também das produções artísticas de Pirassununga, cidade onde morava na época.  

Aos poucos, fui deixando de participar das produções, principalmente pelo fato de estar começando o ensino médio e pelo desejo de minha família para entrar em uma boa faculdade, o que exigiria muita dedicação. Sem saber muito o que eu queria, e pelo fato do meu lado artístico ser totalmente desmotivado e anulado, escolhi um curso na área de biológicas e passei praticamente 3 anos da minha vida me dedicando ao que eu tinha dificuldade no colégio, principalmente a área de exatas. Foram anos longos e tristes, onde a minha autoestima era praticamente inexistente, não tinha uma atividade que eu gostava de participar. Enfim veio o vestibular e eu ingressei no curso de Ciências Biológicas no ano de 2012 inebriada pelo famigerado concurso público. 

Me mudei de Pirassununga para Campinas, cheguei a cursar 3 sofridos anos do curso, até que finalmente tomei coragem pra dizer que não foi uma boa escolha e largar o curso. Entretanto, não foi fácil descobrir o que realmente queria, aonde o meu coração pulsava, fiquei 1 ano e 6 meses apenas trabalhando, até que finalmente decidi cursar Artes Visuais e, no ano de 2017, só aos 25 anos de idade, que eu finalmente retornei para a arte. 

Não foi fácil e ainda não é, todo esse período fez com que eu ficasse mais insegura ainda com relação a minha produção artística, num processo de encontros e desencontros, de encontrar a Jéssica criança, feliz dançando e dizendo que iria ser atriz, corajosa e confiante, e trazer tudo isso de volta pra Jéssica adulta um tanto frustrada e infelizmente preocupada com os mil preceitos de ser adulta!  

 

A certeza que tenho, a é que meu coração pulsa nas artes, esse foi o meu maior reencontro na vida, não me arrependo das decisões passadas, era a Jéssica saída de uma educação onde a didática tinha foco apenas em trabalhar onde o aluno tinha maiores dificuldades,  incentivando muito pouco as habilidades em outras áreas. Ainda estou buscando encontrar o resto, descobrir mais habilidades, pois meu coração pulsa mais radiante quando sinto o cheiro da tinta, quando eu piso no palco, pego a câmera e principalmente quando me perguntam “Vai trabalhar com o que Jéssica?”, e eu respondo “Vou trabalhar com artes”, assim realmente vago mas finalmente FELIZ.  

Exposição experimental 2020

  • Instagram
bottom of page